sobre os mais recentes desenvolvimentos nesta ciência, à luz da descodificação do genoma humano.
No ano passado foi realizada uma conferência intitulada precisamente“Testes genéticos na farmácia?”, que em Lisboa.
A discussão em torno da disponibilização de testes de susceptibilidade genética diretamente ao público, na farmácia, foi desencadeada pela intervenção da oradora convidada, a Professora Doutora Maria do Carmo Fonseca, do Instituto de Medicina
Molecular da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa.
Especialista em genética, começou por apresentar o genoma humano, cuja descodificação foi anunciada em 2001 e concluída dois anos mais tarde. Comparando a informação nele contida a três mil livros de 500 páginas cada, deu conta dos constantes avanços no conhecimento científico, nomeadamente no que respeita à associação do código genético individual a um risco aumentado de desenvolver determinada doença.
Maria do Carmo Fonseca situou-se na predisposição genética para desenvolver duas patologias – o cancro da mama e a doença de Alzheimer, tendo abordado a utilidade da realização de testes genéticos.
A propósito, chamou a atenção para o fato de muitas mulheres com história familiar de cancro da mama terem feito o teste e não se ter encontrado qualquer das variações genéticas conhecidas como estando associadas a um risco aumentado. Todavia, o
fato de o teste ser inconclusivo, ou de o resultado ter sido negativo, não significa que a mulher esteja isenta de risco. Isto porque a grande maioria das doenças está associada a mutações nos genes que codificam proteína, mas apenas cerca de um por cento do genoma humano a codificam. À luz deste exemplo, considerou essencial conjugar a história familiar do indivíduo com uma interpretação crítica do resultado.
Foi a partir desta ideia que se debruçou sobre a possibilidade de os testes genéticos estarem disponíveis diretamente ao público, podendo ser propício à intervenção na farmácia.
Em 2008, a revista Time Magazine selecionou com a melhor invenção do ano um teste de DNA disponível ao público.
The Retail DNA Test

Já são mais de 30 países onde farmácias disponibilizam estes testes.
Segundo os pesquisadores os testes genéticos são utilizados principalmente em investigações de paternidade. É uma perspectiva em aberto.
Provavelmente esses testes provocarão muitos debates aqui no Brasil, porém fica o alerta, pois nos proximos anos essa novidade provavelmente estará presente na rotina das farmácias de todo o pais.
Fonte: WWW.ANF.pt