
O primeiro remédio contra ejaculação precoce está prestes a ser lançado no Brasil. É a dapoxetina (Priligy), da farmacêutica Janssen-Cilag.
A pílula já está sendo vendida na Europa desde maio, e tem sido um verdadeiro sucesso. Ela deve ser usada de forma semelhante ao Viagra: basta ingerir cerca de uma hora antes da relação sexual para retardar o orgasmo.
Boa notícia para um em cada cinco homens. O problema atinge cerca de 20% da população masculina sexualmente ativa, segundo a Sociedade Brasileira de Urologia.
Os efeitos colaterais, de acordo com a bula, podem ser boca seca, enjoo e dor de cabeça. Mas não pense que esse remédio vai ser uma pílula mágica. Em matéria publicada recentemente no “New York Times”, cientistas norte-americanos criticam o investimento pesado da indústria farmacêutica, que logo transforma distúrbios secundários em doenças.
Eles afirmam que é cedo para trocar outros tratamentos pelo medicamento. A base da crítica está, principalmente, na forma de ação da pílula. Ela atua sobre a serotonina, que é um neurotransmissor.
Essa substância viabiliza a comunicação entre as células do cérebro (neurônios). Quando acontece alguma alteração, a pessoa pode ter depressão ou ejaculação precoce. Acontece que o descontrole sobre a ejaculação geralmente é sinal de algum problema emocional.
Os mais comuns são: ansiedade, estresse, expectativa exagerada em relação ao sexo, nova parceira e insegurança. Por isso, os urologistas geralmente indicam algum tratamento que aborde o aspecto emocional.
“O remédio pode ser uma muleta eficaz e aumentar a autoestima do homem. Mas, na maioria dos casos, é também necessário tratar a ansiedade”, aponta o urologista Archimedes Nardozza, chefe do Departamento de Andrologia da Sociedade Brasileira de Urologia.
Não existe duração ideal para a relação
É praticamente impossível saber ao certo por quanto tempo o medicamento prolonga a relação sexual. O ideal é que o homem consiga segurar seu orgasmo até satisfazer a parceira.
Por isso, enfatizam os especialistas, é preciso combinar medicação e terapia sexual. Hoje, o problema da ejaculação precoce é tratada com antidepressivos. Eles atuam no sistema nervoso, reduzindo a ansiedade. Há também cremes vendidos em farmácias e sex shops.
“Não recomendo esses cremes porque eles contêm xilocaína, um anestésico que reduz a sensibilidade da pele. O tiro pode sair pela culatra, já que também diminui a sensibilidade da mulher”, diz Archimedes Nardozza, da Sociedade Brasileira de Urologia.
Fonte: Agência BOM DIA