Iniciativa mostra a importância das pesquisas realizadas por profissionais da Universidade de São Paulo
Um sistema que acelera a cicatrização de feridas complexas, desenvolvido pelo Hospital Universitário (HU) e pela Escola Politécnica da USP, chega ao mercado. Com baixo custo o produto trará benefícios econômicos para pacientes e hospitais. Será comercializado pela Ventrix, empresa brasileira que abastecerá o sistema de saúde.
Esse produto possibilita tratar feridas graves em menos tempo e com cirurgias menos complexas. É indicado para queimaduras, enxertos de pele, feridas abdominais, feridas pós-traumáticas e pós-operatórias, feridas crônicas e úlceras, entre outros. O equipamento funciona acelerando a cicatrização por meio da utilização de pressão negativa, responsável por remover fluidos da ferida, estimular o crescimento do tecido e atrair as bordas da ferida.
Com isso, o paciente ganha qualidade de vida, já que a terapia reduz o tempo de internação, custos do tratamento e o número de trocas de curativos. É possível retornar às atividades com menos sofrimento e sequelas. Segundo o cirurgião Fábio Kamamoto, da Divisão de Clínica Cirúrgica do HU, idealizador do sistema em parceria com o professor José Carlos de Moraes, da Politécnica da USP, “o fato de essa pesquisa científica ter saído da bancada de um laboratório para uma aplicação direta a pacientes revela que os impostos pagos pelos cidadãos à USP puderam ser revertidos em beneficio da sociedade”, comemora.
A patente foi solicitada por meio da Agência USP de Inovação, que faz a ligação entre a Universidade e as empresas. Atualmente, a Agência recebe em média 100 projetos de pesquisas com pedidos de patentes por ano.
O doutor Fábio Kamamoto ressalta ainda a importância do incentivo do governo para descobertas futuras. “A Universidade necessita receber investimentos do governo para que possam ser pesquisados outros produtos capazes de gerar benefícios e melhorias no dia a dia da sociedade.”
“No mundo, estima-se que cerca de 10% das patentes solicitadas se transformam em um produto para o consumidor. Na USP, com a criação da Agência, esse percentual está sendo mantido, porém com expectativa de aumento, já que neste momento estamos acompanhando processos que podem se tornar produtos”, explica Alexandre Venturini Lima, agente de inovação, da Agência USP de Inovação.
O produto comercializado é formado por uma válvula reguladora de pressão conectada a um tubo plástico de drenagem e um coletor de secreção. Este ligado a um curativo composto por uma espuma hidrofóbica e filme adesivo transparente.
Para Alexandre, a expectativa agora é aguardar a venda do produto para verificar o sucesso comercial e o retorno efetivo. “Imaginamos um excelente resultado financeiro, que possibilitará cobrir todos os custos de desenvolvimento de tecnologia, de depósito do pedido de patente e permitir novos investimentos em pesquisa, e ainda premiar os inventores com 50% dos retornos financeiros obtidos”, conclui.
Fonte: SNIFBrasil