SÃO PAULO - A farmacêutica americana Pfizer e o laboratório nacional Eurofarma anunciaram ontem parceria para produzir a versão genérica do Lipitor (combate o colesterol elevado). Esse medicamento da Pfizer é o mais comercializado no mundo, com receita de US$ 13 bilhões anuais.
A expectativa é de que esse remédio, cujo princípio ativo é o artovastatina, entre no mercado a partir de setembro, após a aprovação de registro da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), informou Freddy Guarin, diretor da unidade de negócios de Primary Care da Pfizer. Originalmente, a patente desse medicamento no Brasil deveria expirar em 28 de dezembro, mas foi derrubada ontem pelo Tribunal Regional Federal da 2ª região do Rio de Janeiro. O TRF do Rio também revogou a liminar que permitia à EMS produzir a versão genérica do Lipitor. No entanto, como a patente expirou, o EMS é o único que obteve o registro para comercializar a versão genérica.
A Pfizer vai produzir a versão genérica do medicamento e caberá à Eurofarma promover, distribuir e comercializar o produto, segundo Maria del Pilar Munoz, diretora de sustentabilidade e novos negócios da companhia nacional. Maria del Pilar não acredita que deverá haver uma guerra de preços no mercado por conta da maior concorrência.
O medicamento deverá custar 35% mais barato ao consumidor. A caixa com 30 comprimidos de 20 mg do Lipitor vale em São Paulo R$ 153,13. Os preços variam de Estado para Estado, por conta do ICMS. Em comunicado, a Pfizer informou que discorda da decisão da Justiça sobre o fim da patente, mas vai acatar o julgamento. Procurada, a EMS nenhum porta-voz da foi encontrado para se pronunciar.
Neste ano, a Pfizer teve a patente de outro importante remédio expirada, o Viagra, que combate a disfunção erétil. O EMS também saiu na frente para comercializar a versão genérica do produto.
(Mônica Scaramuzzo | Valor)