A maioria dos pais acredita que a vacinação é uma boa forma de proteger suas crianças de doenças, potencialmente fatais, mas uma nova pesquisa mostra que mais da metade ainda se preocupa sobre a possibilidade dos efeitos colaterais das vacinas.
O estudo evidencia que 88% dos pais seguem os cronogramas de imunização recomendados pelos médicos de seus filhos, mas 54% estão preocupados com os efeitos colaterais graves das vacinas.
“Embora os pais dividam, esmagadoramente a convicção de que as vacinas sejam uma boa forma de proteger suas crianças das doenças, esses mesmos pais expressam preocupações sobre os potenciais efeitos colaterais adversos e parecem, especialmente questionar a segurança das novas vacinas”, escreve Gary L. Freed, médico, mestre em saúde pública do departamento de pediatria e de doenças comunicáveis da University of Michigan, em Ann Arbor, e colaboradores em Pediatrics.
Os pesquisadores dizem que os pais que estão preocupados com os efeitos colaterais das vacinas são menos propensos a vacinarem suas crianças. De fato, o estudo mostrou que um em cada oito pais recusou pelo menos uma vacina recomendada pelo médico de seu filho.
As novas vacinas, como a contra a varicela, a meningocócica conjugada e a contra o HPV (papilomavírus humano) foram mais recusadas do que as mais antigas, como a MMR (sarampo, caxumba e rubéola).
No estudo, os pesquisadores entrevistaram 1.552 pais sobre suas atitudes em relação às vacinas. Ao todo, 90% dos pais afirmaram que as vacinas são uma boa forma de proteger as crianças das doenças, e 88% disseram que geralmente seguem as orientações dos médicos sobre a vacinação.
Contudo, os resultados evidenciam que, apesar de uma falta de evidências científicas apoiando uma relação entre autismo e vacinações, mais de um em cinco pais continua a acreditar que algumas vacinas causam autismo em crianças saudáveis.
As mulheres são mais propensas do que os homens a acreditar que algumas vacinas causam autismo, a ficarem preocupadas com os seus efeitos colaterais e a já ter recusado uma vacina recomendada pelo pediatra de seu filho.
O estudo também evidenciou que pais hispânicos foram mais propensos do que pais brancos ou afro-descendentes a afirmar que seguem o cronograma de imunização recomendado pelo pediatra e menos propensos a já ter recusado uma vacina.
Porém, eles também foram mais propensos a acreditar em uma relação entre autismo e vacinações e a ficarem preocupados com os efeitos colaterais das vacinas.
“Apesar das informações disponíveis para lidar com muitas preocupações de segurança em relação às vacinas, estas informações não estão atingindo os pais de uma forma efetiva ou convincente”, escrevem os pesquisadores.
“A manutenção das altas taxas de imunização infantil estarão em risco se as atuais preocupações de segurança não foram abordadas efetivamente e aumentarem no futuro, resultando em mais pacientes que recusam vacinas”.
Freed, G. Pediatrics, April 2010; vol 125: pp 654-659. News release, American Academy of Pediatrics.
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