Remédio não tem liberação para ser comercializado no Brasil.
Substância supostamente combate a gordura localizada.
Em uma sala do primeiro andar de um prédio que fica em uma das principais avenidas de Salvador, o movimento é constante, tem até fila de espera. As pessoas, que normalmente chegam por indicação de amigos, buscam um produto, o Lipostabil. O medicamento é aplicado clandestinamente com a promessa de combater gordura localizada.
Dois produtores do Jornal da Globo se apresentaram como clientes e foram recebidos por uma mulher. Como se fosse médica, ela examinou os dois e recomendou o tratamento, que custaria R$ 350 para cada um.
Outra pessoa, que trabalha no mesmo local, também tentou convencer os produtores a fazer as aplicações. "É um procedimento comum, que não exige nada de cirúrgico, nem médico, nem anestesia. É uma coisa simples, aplica só na região da barriga", diz.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) nunca liberou no país a fabricação e a venda do Lipostabil. As ampolas entram no país de forma ilegal. O remédio, à base de uma substância chamada Fosfatidilcolina, não foi desenvolvido originalmente para uso estético, e sim para dissolver gordura nas veias e prevenir doenças cardíacas.
"Hoje em dia, a aplicação médica é extremamente restrita e não faz parte da medicina moderna", afirma o cardiologista Fábio Villas Boas. O médico diz que não há comprovação de que o remédio seja eficaz contra gordura localizada e, sobretudo, que pode ser perigoso.
"Não foi testado em nenhum tipo de pesquisa publicada em revistas médicas internacionais. Portanto, não há registro de sua eficácia e sua segurança, sobretudo. A aplicação em locais incorretos pode causar úlceras e necrose de tecidos, arritmia e queda da pressão arterial".
Fonte: Portal G1
Notícia publicada em: 12/08/2010